Os Fidalgos: APESAR DE TUDO... O TEATRO NA GUINÉ ESTÁ VIVO”
Os Fidalgos

O sítio que aborda a Cultura na Guiné Bissau
segunda-feira, setembro 19, 2005
  APESAR DE TUDO... O TEATRO NA GUINÉ ESTÁ VIVO”
Artigo do Jornal On Line Liberal, de Cabo Verde a propósito da participação do grupo da Guiné Bissau


S. Vicente, 16 Setembro - O grupo de teatro “Os Fidalgos”, da Guiné –Bissau, apresentou, no dia 15, a peça “A Balada”, baseada numa estória verídica que aconteceu ao grupo. É uma estória sobre a fuga dos elementos do grupo numa digressão que fizeram a Portugal.
De regresso para Bissau, a maioria dos elementos do grupo não compareceu no aeroporto para o embarque. Ficaram em Portugal. E “A Balada” roda à volta dessa estória mostrado o sofrimento dos elementos que fugiram. São criados vários quadros que mostram a vida difícil dos clandestinos em Portugal. E no fim termina, infantilmente, com o regresso dos fugitivos a Bissau.
Um final feliz, conveniente, onde faltou explicar as razões porque os actores fugiram e, já agora, porque milhares de cidadãos dos nossos países optam por fugir: viver como clandestinos, em situações degradantes, nos países europeus, em vez de viver nos países de origem. E “A balada” passa ao lado deste drama, das motivações de quem suporta varrer as ruas dos “brancos”; de quem suporta ser “táxi–boi” de velhas brancas e caducas porque, se calhar não suporta ser alvo de uma bala perdida nas ruas de Bissau porque mais um iluminado resolveu dar mais um golpe de estado, em nome do bem estar e prosperidade do Povo. Faltou essa abordagem para que a estória que se diz baseada numa estória real fosse real. Mas preferiram o happe–end .O autor está mais preocupado em julgar e condenar os actores que fugiram, deixando a lição moral que na terra grande tem papão e que os culpados são os que fogem e não os que lá estão e não criam condições para as pessoas não fugirem.
Para a actriz Amélia Silva “a fuga dos actores foi uma vergonha e veio a dificultar as saídas do grupo para o exterior. É nesse sentido que a fuga prejudicou o nosso teatro”. Mas Amélia, que já trabalhou no cinema com o realizador Flora Gomes, diz que “é importante termos este grupo a actuar. Porque graças ao Flora Gomes fazemos um filme de cinco em cinco anos e durante todo esse tempo ficamos parados. E o grupo de teatro é importante para nos mantermos ocupados e evoluir”. Amélia reconhece que ainda é difícil fazer teatro na Guiné, mas que “o teatro está vivo na Guiné-Bissau. É verdade que não sabemos quando é que chega um novo golpe de estado para atirar abaixo o nosso trabalho. Mas o teatro está vivo, temos actores, técnicos, gente de fora que investe na nossa formação. Só precisamos de paz”.

Eduino Santos
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